segunda-feira, 21 de março de 2011

A historia dos games de luta

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Pessoal, como disse antes o Legendário faz parte da equipe do Rodgames e vai contribuir esporadicamente com o blog, é com imensa satisfação que trago o trabalho que ele iniciou no antigo e blog e vai dar continuidade no Rodgames, a matéria especial sobre a história dos jogos de luta. Para quem ainda não conhece não percam a oportunidade de ler esse excelente material e quem já viu, vale a pena ver de novo!
ESCRITO POR LEGENDÁRIO
Os jogos de luta sempre estiveram presentes na vida de diversos gamers ao redor do mundo. Quem nunca jogou aquele Arcade de Street Fighter II ou de Mortal Kombat, em alguma rodoviária perdida deste país? Foram vários jogos que nos motivaram, tanto nos fliperamas quanto nas versões caseiras.
Os “fighting games” são um dos gêneros mais famosos da indústria dos games. Uns dizem que já tiveram seu apogeu, outros preferem dizer que passaram por um período de baixa. Mas, entre um posicionamento e outro, o que todos concordam é que trata-se de um dos pilares dos videogames, principalmente para a geração Arcade. Se formos discutir quais são mais influentes, ai só conseguiremos piorar mais as coisas, pois o consenso diminui drasticamente. Há os jogos canônicos, que são aqueles que ninguém discorda que são importantes (ou foram importantes), mas se maior ou menor a sua influência, isso sim é o que divide opiniões. O que apresentaremos aqui é um breve histórico contendo os maiores jogos de luta nesses pouco mais de 30 anos de história.
Para começar, uma controvérsia. Alguns dizem que Warrior foi o primeiro jogo de luta da história, lançado em 1979 e outros dizem que é Heavyweight Champ, da SEGA, lançado em 1976. Parece que o título de primeiro jogo de luta da história ficou mesmo com Warrior, da Vectorbeam, na qual dois cavaleiros duelavam, renderizados em vetores gráficos monocromáticos. Bom, em 1979, com o hardware daquela época, pode-se imaginar que beleza de renderização. O jogo ainda contava com movimentos capturados a partir de atores, um motion capture bem rudimentar. Já Heavyweight Champ era um jogo de boxe, na qual haviam controles dentro de luvas de boxe. No entanto, o que é dito é que ele não influenciou de fato os jogos de luta que viriam após. O blogueiro discorda dessa afirmação, mas prossigamos.
Já em 1982 tivemos um jogo para lá de carniceiro. Seu nome era Bilestoad, nome derivado do alemão, na qual “beil” significa machado e “tod” significa morte. Dois lutadores equipados com um machado e um escudo digladiavam, em contexto que, embora parecesse medieval era um jogo virtual designado para reduzir a violência real. Legal, usar um jogo violento para reduzir a violência, como uma notícia que nós já demos aqui, na qual uma escola no Reino Unido usou GTA para ensinar aos alunos a diferença entre o que é bom e o que não é.
Em 1983 o destaque foi Attack of the Phantom Karate Devils, um jogo na qual o jogador encarnava um karateka (não me diga?) que teve seu mestre assassinado e lutava contra um ninja, na qual eram mostrados apenas sua cabeça e sua mão. Bom, o jogador tinha a sua disposição socos e chutes, e tinha que desviar das armas que o ninja jogava. A curiosidade é que a cada golpe acertado, uma pequena quantidade de energia do player era retirada. Leia de novo: a cada golpe que o jogador acertava no ninja, uma pequena quantidade de energia era retirada da energia do jogador! Realista e inovador!
Bom pessoal, aqui é a data na qual mais pessoas acreditam terem realmente se iniciado os jogos de luta. Inclusive, tenho achado em vários lugares diferentes uma referência aos jogos de luta da era “pré-Street Fighter”, somente para começar a mostrar a influência do jogo da Capcom. Em 1984 tivemos um jogosbaseado em artes marciais: Karate Champ, da Data East. Outra controvérsia: Karate Champ inaugurou a visualização clássica adotada nos grandes jogos de luta 2D, ou seja, influenciou todos os jogos a partir de seu lançamento. Era a perspectiva na qual os dois lutadores apareciam de “perfil” para a tela, um de frente para o outro. É a perspectiva que é usada até hoje, em jogos como KOFXIII, Super Street Fighter IV, Blazblue: Calamity Thrigger, Mortal Kombat, a série Versus, entre tantos outros. Mais uma vez, discordo dessa informação, mas a trago, pois é algo amplamente divulgado. O jogo é uma competição de karate, na qual não há barra de energia. Um hit certeiro derrubava o adversário e então contava-se meio ou um ponto e ganhava aquele lutador que chegasse aos dois pontos primeiro. Havia a possibilidade de se jogar de duas pessoas, sendo um com kimono branco e o outro de vermelho. Havia ainda um juiz que falava algumas palavras como “Fight” ou “Winner”, com seus correspondentes em japonês na versão japonesa do jogo. Desnecessário dizer que as tensões vividas por Daniel San, em Karate Kid, lançado em 1984, influenciaram este jogo, não é mesmo?
Chegamos então a 1985, na qual tivemos Yie Ar Kung-Fu, da Imagine Software, Onna Sanshiro / Typhoon Gal, da Taito e The Way of the Exploding Fist, da Melbourne House. Desses três, o de maior destaque foi Yie Ar Kung-Fu, também one to one, com a mesma perspectiva de Karate Champ e que teve, como principal novidade, a estréia das personagens femininas (eram duas). O jogo contava a jornada do lutador Oolong, e por sua jogabilidade, desafios e inovações, Yie Ar Kung-Fu se tornou um sucesso absoluto dos arcades, e a Konami não perdeu tempo e o adaptou para as versões caseiras. O jogo teve ainda outras inovações como a alteração do ritmo da música quando um dos lutadores estava perto da morte/derrota, além de personagens inspirados no eterno Bruce Lee. Sua sequência, lançada em 1986, apresentava as conhecidas fases de bônus. De relevante em Typhoon Gal foi a presença de uma protagonista feminina e a utilização de projeções, sendo a primeira e em Way of the Exploding Fist temos gráficos e som impressionantes para a época, boa variedade de adversários e golpes, além de ter sido o pioneiro na utilização de fases bônus.
Bom pessoal, chegamos a 1987, ano do lançamento de Street Fighter. Tido por muitos como o início oficial dos jogos de luta. Mas aí tem-se uma questão muito simples: Street Fighter era um jogo original ou simplesmente pegou um monte coisas legais que já existiam e melhorou-as? Eu fico com a segunda opção, mas ressalto a competência que a Capcom teve ao fazer isso. Vamos recapitular: um lutador contra o outro já existia desde 1976 em Heavyweight Champ, já havia a perspectiva que nós conhecemos e utilizamos até hoje, Karate Champ já havia colocado dois lutadores, um de kimono branco e um de kimono vermelho e em Yie Ar Kung-Fu já se encontrava mais bem delineada a jornada de um lutador (Oolong). A Capcom, magistralmente, pegou esses elementos e adicionou a eles os golpes especiais, isso mesmo, aqueles que não saem nem por reza brava. Pronto, tínhamos um jogo que, apesar de pouco sucesso na época, serviu de base para outro que veio a ser a atribuído a façanha de influenciar todos os jogos de luta que vieram após. E ele fez isso, só não foi totalmente original.

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